O que é celular Android? Para que serve?

Telefone Android: o que é? Para que serve?

por Marcos Elias

Este texto é voltado a leigos, que não sabem o que é um smartphone e apenas pensam neles como modelos de celular caros, de marca, sem nada tão diferente dos básicos. Explico o básico do Android e porque é interessante ter um smartphone, já que há no mercado telefones com Android a preços de telefones comuns, com a diferença que são infinitamente melhores :)

O Android é um sistema para smartphones do Google. Mas o que é um smartphone?

Se você for tentar traduzir literalmente do inglês teria algo como “telefone inteligente”. Apesar de não ser bem isso, dá para começar por aí: um celular que faz mais coisas, praticamente um computador de mão.

Os telefones são parecidos com os computadores: eles possuem hardware (a parte física, teclado, tela, processador, etc) e software (responsável por mostrar as coisas na tela, responder aos comandos do teclado, etc). Os smartphones são celulares avançados, com mais características além de um celular básico.

Os celulares básicos de hoje tocam mp3, vídeos, rodam joguinhos e programinhas em Java e tudo mais, mas ainda são mais limitados em várias áreas. Os smartphones são mais poderosos, podem rodar programas quase como num computador, e oferecem uma experiência melhor para navegação na web. Em geral smartphones são mais rápidos, exibem os sites da mesma forma como são vistos no computador ou notebook e contam com aplicativos específicos e jogos mais elaborados, que jamais conseguiriam rodar no hardware básico de telefones simples.

A Apple fez um grande barulho ao lançar o iPhone com sua tela grande que responde a toques dos dedos. Além de prático ele fornecia uma experiência única de navegação na web em um dispositivo mobile até então. Os conceitos do iPhone não eram novos, mas só depois dele é que veio o “boom” de smartphones. Só que o iPhone é algo caro, fora da realidade da maioria dos brasileiros – e isso independe da cidade, se você for nas ruas de São Paulo, verá que boa parte da população tem é um celular básico ou então um chinês que imita um celular mais avançado no visual. Aí que entra o Android: ele é um sistema concorrente, com alguns diferenciais que o tornam melhor do que o iPhone por alguns lados, e pior ao considerar outros.

O iPhone da Apple roda o iOS, sistema operacional dela. Ela faz o hardware e o software (pode terceirizar a produção para outras empresas, mas no final é vendido com a marca dela). Já o Android não. O Android é mantido por um grande grupo, com destaque para a liderança do Google – o mesmo dono do site de busca que provavelmente você conhece.

A diferença é que o Google não tem exclusividade sobre os aparelhos com Android. Diferente do iPhone que só a Apple faz, qualquer empresa pode lançar smartphones com Android, e realmente muitas delas lançam. Sendo assim existem modelos top, que concorrem com o iPhone na mesma faixa de preço ou até superior, mas também existem modelos mais básicos. Também existem tablets com Android, especialmente para concorrer com o iPad, da Apple.

Em geral a diferença nos preços entre os telefones com Android se dá por uma série de fatores: tamanho da tela, presença de teclado físico, qualidade da tela (capacitiva, melhor para toques com os dedos, ou resistiva, melhor para ‘canetas’ ou pressão), reputação do fabricante, etc.

Há telefones com Android a partir de R$ 300 ou até menos! Nunca que a Apple iria lançar uma versão do iPhone para pobres. Os produtos dela normalmente têm os preços elevados, isso não deve mudar tão cedo, provavelmente nunca.

A Microsoft também tem sistema para celular, mas não é tão popular. O Windows Mobile é antigo, fora da realidade esperada de um smartphone moderno. O Windows Phone, substituto dele, é novo no mercado perto do Android e iOS, fica difícil dizer algo sobre ele já que não é popular no Brasil – a Nokia deverá mudar a situação, já que ela desistiu do Symbian, antigo sistema dela, para dar lugar ao sistema da Microsoft.

Os smartphones não rodam Windows comum dos desktops. Ah, o Android é baseado em Linux, sabia? Só que não tem nada a ver com Ubuntu, Kurumin ou Mandriva, ou qualquer outro: ele é um sistema diferente, voltado aos smartphones mesmo. Quase todos os smartphones usam processadores ARM, que são diferentes dos processadores comuns de computadores e notebooks. Eles consomem menos energia e têm recursos técnicos diferentes, embora no final sirvam para quase a mesma coisa – processar dados, exibir informações na tela, etc.

Gosta da internet? Você gostaria de um smartphone

Motorola Milestone

Bom, explicado o que é o Android, vamos agora às vantagens dos smartphones: para que ter um celular com Android, ou iPhone, ou mesmo o Windows Phone?

Além de fazer ligações e mandar SMS um telefone com Android se comporta muito mais como um computador. Ele tem recursos básicos que todo celular básico hoje tem: câmera, tocador de vídeo e música, joguinhos, etc. Mas tem mais.

Em torno dos sistemas para smartphones é criada uma comunidade de desenvolvimento, permitindo a criação de aplicativos para eles. São os “apps” (eu gosto de chamar no feminino, “as apps”, tirando de “aplicações” já que é a mesma coisa; em inglês “app” vem de “application”, que pode ser tanto aplicativo como aplicação, que seria o mesmo que conhecemos por “programa que serve para alguma coisa”).

Um smartphone com Android, ou o iPhone ou com Windows Phone etc, pode rodar programas. Assim como os programas do Windows são exclusivos para Windows e o mesmo se repete no Mac e Linux, no mundo dos sistemas operacionais dos telefones isso também ocorre. Em geral apps para Android não rodam no iPhone, que não rodam no Windows Phone, e por aí vai. Os produtores geralmente criam versões diferentes para cada sistema.

Aí entra uma grande vantagem dos smartphones, do Android no caso desse artigo: eles permitem rodar programas extras. Há o Android Market, local oficial no Android para download de aplicativos, tanto gratuitos como pagos.

Fora isso outra grande vantagem dos smartphones é a navegação na web: seja via 3G ou Wi-Fi, a experiência de navegação é praticamente perfeita, como num desktop ou notebook/netbook.

Num smartphone você acessa os sites, clica nos links e eles se comportam praticamente da mesma forma como no computador. A tela é pequena, mas na maioria dos modelos com tela grandinha dá para ler sem precisar dar zoom. O uso da tela de toque é bem prático e fácil (quando a tela é capacitiva), você está diante de um minicomputador e não precisa de mouse.

Samsung Galaxy S2

Diferenças entre 3G e Wi-Fi

A conexão com a internet pode ser por rede celular, geralmente 3G, ou Wi-Fi. A diferença é fácil: 3G é uma tecnologia de rede de celular de transmissão de dados em alta velocidade… Ops, não tão alta assim, mas melhor do que nos modelos dos celulares antigos. Só que para isso você precisa ter um chip de celular 3G, e claro, um plano de internet 3G, além de um telefone com recursos para captar o sinal 3G (isso mesmo, modelos de celulares comuns não têm; um básico que tem, e tive um, é o Nokia 2730 Classic, exemplo raro de celular barato com 3G).

Algumas operadoras oferecem planos pré-pagos, mas geralmente são bastante limitados na taxa de download diária. A TIM, por exemplo, tem um plano de R$ 0,50 por dia, você só paga nos dias que usar. Mas ao baixar mais de 10 MB de dados a conexão pode ficar muito lenta ou cair. Não são 10 MB de download de arquivos, são da navegação mesmo: as páginas, os links, as imagens que são exibidas nos sites, etc. Alguns sites têm versões otimizadas para telefones, que consomem menos dados, mas ainda assim os 10 MB acabam sendo pouco. Todavia dá para ver email e mandar algumas mensagens em redes sociais, e ler um site ou outro :)

3G normalmente é bom com plano ilimitado, ou pelo menos com limite maior. O que não sai de graça, é claro. Com um smartphone e uma assinatura de conexão 3G você tem a internet no computadorzinho em qualquer lugar onde houver cobertura da sua operadora. Pode fazer coisas na internet de ônibus, no carro, num parque, andando.

Já a conexão Wi-Fi não tem nada a ver. Ela é uma conexão sem fio para distâncias curtas. Você já precisa ter um plano de internet, que pode ser de praticamente qualquer tipo: a cabo, ADSL (como o Speedy, em São Paulo), etc. Por meio de um roteador sem fio, uma peça que você compra e paga uma única vez (não é serviço, não depende de operadora) você distribui o sinal da internet para as proximidades. Em geral é satisfatório para acessar nas salas próximas ou até mesmo da casa do vizinho. Por isso dá para proteger a conexão com senha, evitando que outros usem sua conexão, embora também existam meios de tentar quebrar a senha para usar conexão alheia… Mas isso seria outro assunto.

Existem algumas lojas e redes de alimentação que oferecem Wi-Fi grátis, ou seja, enquanto você estiver nas dependências do estabelecimento, pode usar a conexão Wi-Fi de lá, acessando a web com o seu celular.

Ou seja: com 3G você depende de um plano de telefonia que pode ser pego com alguma operadora celular, e você pagará por isso. Com Wi-Fi você compartilha a conexão com seu telefone sem precisar de outro plano, continuará pagando apenas a conexão fixa (ou 3G para uso interno, se for o caso). O ideal é comprar um telefone que suporte tanto Wi-Fi como 3G. Alguns modelos mais baratos não suportam 3G, eliminando a possibilidade de usar a intenet rápida na rua – mas normalmente dará para usar a rede de dados EDGE, que é mais lenta. Outros não suportam Wi-Fi, eliminando a possibilidade de usar sua conexão de casa, que geralmente é mais rápida do que o 3G.

Celular Android barato: já é realidade!

O iPhone é um smartphone bom, mas é caro. O Android começou com modelos caros também, mas há variações mais baratas, seja com tela menor, com processador um pouco mais lento ou menos memória RAM.

Existem fabricantes da China que fazem celulares com Android, como a ZTE e Huawei, com representações no Brasil. Há modelos de cerca de R$ 250,00 com Android verdadeiro e acesso ao Android Market, por onde você pode baixar os aplicativos (vou falar dos Androids falsos em breve, na continuação deste artigo). Uma marca mais conhecida, a Samsung, também tem modelos baratos, mas já nem tanto: o Galaxy 5 I5500 é um modelo raro que custa cerca de R$ 300 a R$ 400, todos os outros vão algumas centenas de reais para cima. Por esse preço tem muito celular antigo, com sistema ruim que é bem longe de um smartphone. Ou seja, vale mais comprar um com Android :)

Se você tiver até uns R$ 1000 a coisa fica bem melhor, já que dá para comprar um telefone com processador mais rápido, tela melhor, mais memória RAM e espaço interno, etc. Recomendo esta análise do Morimoto no Hardware.com.br, que comenta recursos de vários modelos abaixo dos mil reals. Ela não cita os de R$ 300, mas eles existem e podem ser uma saída, nem que seja para ter seu primeiro smartphone.

Os lançamentos poderosos custam mais de R$ 1000. Ter cerca de R$ 1000 dá para comprar os “lançamentos poderosos da geração passada”, modelos de cerca de 1 ano ou um pouco mais, que ainda são potentes mas têm os preços cortados radicalmente. Assim como ocorria com os PCs na década de 90 e início dos anos 2000, toda hora tem lançamento de smartphones mais potentes, fazendo os modelos anteriores terem seus preços reduzidos.

Tela capacitiva ou resistiva: escolha bem!

Sem entrar em detalhes técnicos: o melhor para os dedos é ter um smartphone com tela capacitiva. Com ela você toca para ‘clicar’, como se estivesse clicando com o mouse. O simples fato de aproximar muito ou arrastar o dedo sobre a tela é suficiente.

Já as telas resistivas são mais baratas, equipando quase sempre modelos chineses importados por meio de sites não tão “confiáveis”. Na tela resistiva você tem que pressionar a camada da tela, apertar realmente. Elas são ideais para uso com canetas tipo “stylus”. Ou seja, é comum que você toque num botão e não aconteça nada, já que precisa apertar um pouquinho, não apenas tocar. Isso com o tempo irrita e reduz muito a produtividade, especialmente em tarefas onde você precisa arrastar alguma coisa na tela.

Clique aqui para ver a segunda parte do texto :)

Imagens: Wikipedia / Wikimedia

comments powered by Disqus

Comentários arquivados

  1. Marcelo escreveu

    Legal!!!

    Não sabia que tinha Android de 300 e 400 reais, pensava que só acima de mil como o iphone e os da Nokia com tela grande. Meu próximo vai ser um então, ja que os basicos são como dizem, básicos kk

    Gostei muito da dica, no aguardo da próxima parte!

  2. Betho escreveu

    Só estou escrevendo para parabenizá-lo pelo site. Instrutivo e generoso para quem precisa de informação no campo da informática e afins, valeu!

  3. Carlos Gaspar - Portugal escreveu

    Bom amigo… a verdade é que quanto mais informação tenho… menos sei que tablet optar.
    Sou vendedor. preciso de um que me permita ter aplicações ligadas à gestão de contatos com o ACT by Sage que só existe para windows. Estou confuso. Gostava de neste natal comprar um. Mas um que não servesse apenas para enfeitar lá em casa. Sei que o futuro vai passar pelo android… mas…. que tablet comprar? Carlos Gaspar

  4. Silvia Ribeiro escreveu

    Adorei, comprei um ZTE e estou com dificuldades para baixar livros.Mas fiquei super feliz com os exclarecimentos, parabéns vc está prestando um relevante serviço a nós leigos.Continua assim Silvia Ribeiro. Recife-PE

  5. escreveu

    Fica difícil te recomendar um pois não conheço o ACT by Sage, e como seria a interação com ele… Sinceramente, hoje, eu compraria um iPad. Apesar de tudo de bom do Android, gosto do sistema da Apple e das apps disponíveis para iOS.

  6. escreveu

    oi Isso tudo que ele disse e amas pura verdade eu comprei um sansung galaxy mini paquei 300 reais e posso dizer que nao tem misterio nele nao e que o celular e praticamnte mini pc de mao e da hora mesmo e o sistema android e muito legal

  7. Willian escreveu

    Olá, tudo bem?
    Meu nome é Willian e gostaria de saber se o Nokia E5 é um bom smartphone? Sei que seu sistema não é o android, mas gostaria de saber se para ser meu primeiro smartphone é uma boa opção. Obrigado

  8. Son escreveu

    Olá, primeiramente gostaria de parabenizálo pelo post, está otimo, muito bem explicado.

    Bom, agora gostaria de uma opnião, estava pensando em comprar o smartphone LG P500.

    Ao meu ver parece ser um modelo bom, porém como sou meio leigo no assunto gostaria de uma outra opnião.

    agradeço desde já
    Anderson

  9. escreveu

    Boa tarde! Gostaria de parabenizar as explicações e se possível, saber a diferença do smartphone android e o smartphone iphone. Obrigado!

  10. Rodrigo escreveu

    Gostaria de parabeniza-lo pelas suas informacoes você ajuda muita gente esclarecido-as .

  11. luana escreveu

    gostei muito da explicação agora eu sei diferenciar o que android ficou muito claro.

  12. Fábio escreveu

    Bom dia!

    Eu comprei um Galaxy Duos e gostaria de saber o seguinte:

    Quando eu ligava e desligava o aparelho ele aparecia o modo e a musica da Samsung, que veio original no aparelho.
    Então eu comprei um cartão de memória e após instalar este cartão, sempre que ligo ou desligo o aparelhe ele inicia uma musica muito chata do android.

    Cmo faço para voltar com inicialização do aparlho para o modo e a música da Samsung que veio original no aparelho?